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O mercado de trabalho na área de saúde é um dos que mais crescem no país. Desde 2021, seu crescimento é constante. Em 2023, 6,8 milhões de pessoas estavam ocupadas na área, representando cerca de 7% da população total ocupada no Brasil. O Panorama de Mercado de Saúde, elaborado pelo Senac, revela que, além de a demanda por profissionais de saúde ter crescido, a qualificação exigida também aumentou. Há uma queda no número de profissionais com ensino médio incompleto e um aumento do nível superior entre as ocupações da área. Em 2022, metade da população ocupada na saúde tinha ensino médio completo. Tratando apenas dos vínculos formais, esse percentual era de 63%.

O perfil dos profissionais da saúde tem mudado sobretudo em razão de mudanças econômicas e sociais sobre como entendemos saúde na atualidade, produzindo efeitos sobre o comportamento dos indivíduos e, consequentemente, sobre a oferta de produtos e serviços. Os cuidados com a saúde se tornaram mais preventivos do que curativos, atentos não apenas às questões de natureza física, mas também da saúde mental.

Afinal, o que entendemos como saúde?

Ainda que desde 1946 a OMS defina a saúde como o estado completo de bem-estar físico, mental e social, a concretização dessa forma de pensar e viver ainda não era percebida por grande parte da população. Na atualidade, essas dimensões assumem maior importância, percebidas tanto na saúde individual quanto na coletiva.

A integralidade do cuidado com a saúde se relaciona, sobretudo, com quatro fatores. O primeiro fator é a compreensão da importância de centrar o cuidado nos pacientes, considerando suas necessidades, demandas e preferências no planejamento de cuidados. O segundo fator explicita o novo lugar que a prevenção adquire nos cuidados com a saúde, revelando uma busca por longevidade, bem-estar e qualidade de vida. O terceiro fator é a crescente preocupação com a saúde mental na população, reflexo de mudanças na economia e na sociedade. Por fim, o último fator é a expansão do mercado tecnológico dedicado aos cuidados com a saúde, que perpassam o uso doméstico e profissional de tecnologias.

Cuidado centrado no paciente

As diretrizes de cuidado centrado no paciente modificam não só a maneira de estruturar e pensar os processos de cuidado, mas as próprias atividades dos profissionais. Uma vez que as necessidades, demandas e desejos dos pacientes são incluídas nos processos, habilidades como escuta ativa, respeito e empatia são esperadas dos profissionais. A adaptabilidade no atendimento a diferentes perfis também é valorizada, assim como a capacidade de traduzir as necessidades dos pacientes e de analisar e utilizar os dados no planejamento dos cuidados.

Prevenção nos cuidados com a saúde

A compreensão, por parte da sociedade em geral, de que os cuidados com a saúde devem ser oferecidos de maneira integral trouxe a prevenção para o centro do debate na estruturação de políticas e práticas de cuidado em saúde, assim como a busca por qualidade de vida e bem-estar. Essa nova visão gerou impactos na demanda das organizações de saúde com relação às habilidades dos profissionais da área, requerendo visão sistêmica, atuação colaborativa em equipes multidisciplinares, análise de dados e o uso de tecnologias que auxiliam no monitoramento de indicadores para prevenção.

Vale destacar que o uso de tecnologias para os cuidados com a saúde deixa de ser exclusivo dos profissionais da área e passa a ser acessado por pacientes e por aqueles que querem monitorar cotidianamente indicadores relacionados à saúde.

Saúde mental e bem-estar

A saúde mental se tornou um ponto de atenção para pacientes e profissionais. O número de afastamentos do trabalho por questões de saúde mental atingiu seu recorde em 2024, e diferentes iniciativas no poder legislativo buscam responder a essa crescente demanda por cuidados. A saúde mental ganhou tamanha importância e ampliou tanto seu debate, que profissionais de diferentes subáreas da saúde tem sinalizado a necessidade de desenvolver novas competências nesse âmbito. Habilidades como a escuta ativa e o acionamento de protocolos de encaminhamento para outros serviços de saúde passam a ser cotidianas na rotina desses profissionais. O oferecimento de qualificação profissional para acolher as demandas vindas dos pacientes se torna essencial para formar os profissionais do presente e do futuro.

O papel da tecnologia nos cuidados da saúde

A adoção de prontuários eletrônicos e sistemas de gestão da informação promoveu mudanças nos fazeres profissionais. A qualidade da informação registrada se torna um ponto de atenção que demanda uma adequação das atividades profissionais a essa tarefa. O uso de equipamentos integrados à inteligência artificial para automatização de processos de trabalho e análise de dados foi destacado pelos profissionais. Isso demanda que um letramento digital seja oferecido e que sejam desenvolvidas habilidades como a operação de sistemas e softwares, bem como a interpretação e análise dos dados e informações gerados.

Escuta do mercado

As reflexões apresentadas são fruto do processo de escuta realizado pelo Senac no contexto do Fórum Setorial de Saúde 2024, realizado ao longo do segundo semestre. A instituição está atenta a transformações na economia e na sociedade, e oferece o melhor da formação profissional para o mercado de trabalho do futuro. Conheça nossos programas e cursos!

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