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O crescimento da população urbana e as constantes transformações nas cidades trazem desafios para uma gestão eficaz e ágil no atendimento de suas demandas. A revolução tecnológica observada nos últimos anos pode ser uma grande aliada para a solução desses desafios. A integração de tecnologias e automação abre uma janela de oportunidades para um crescimento mais sustentável, inclusivo e, sobretudo, mais eficiente. É dessa integração que surgem as chamadas cidades inteligentes, ou cidades do futuro.

Elas são assim chamadas por integrarem soluções tecnológicas no intuito de melhorar o funcionamento de serviços urbanos e a experiência dos cidadãos. Apesar do termo “cidade inteligente” ainda ser bastante controverso e dividir opiniões, há um elemento comum de que as tecnologias de informação e comunicação (TICs) são fundamentais para o funcionamento da futura cidade inteligente.

Mas afinal, você sabe o que são as cidades do futuro? Quais os benefícios elas proporcionam? Como impactam o mercado de trabalho?

Pensando as Cidades do Futuro

Cidade inteligente pode ser entendida como uma cidade que aumenta a qualidade de vida de seus cidadãos e que se propõe a ser mais eficiente, mais inclusiva, tecnológica e sustentável.

Segundo um relatório publicado pelo Instituto de Estudos Superiores da Empresa da Business School na Espanha, nove indicadores podem ser apontados como essenciais para tornar uma cidade inteligente: capital humano, coesão social, economia, governança, meio ambiente, mobilidade, planejamento urbano, reconhecimento internacional e tecnologia. No Brasil, Curitiba é a única cidade brasileira a ser reconhecida com o principal prêmio que identifica as cidades inteligentes ao redor do mundo, o World Smart City Awards. As iniciativas que levaram a cidade a este posto vão desde a geração de energia sustentável, governança digital, construção de moradias dignas e sustentáveis, além de novos olhares para cultura, educação, mobilidade, entre outras.

Embora a cidade tenha se destacado no prêmio internacional, o governo brasileiro estimula as iniciativas para cidades inteligentes por meio de uma premiação própria, o Prêmio Gov Digital. Este prêmio reconhece projetos e experiências inovadoras de governo eletrônico criados no intuito de trazer soluções para problemas públicos a partir da digitalização dos processos.

Como as cidades do futuro contribuem para a economia e para a sociedade?

Considerando os nove indicadores apontados como essenciais para caracterizar uma cidade inteligente, selecionamos quatro frentes de investimentos de políticas públicas que oferecem soluções e impactam positivamente nosso dia a dia:

1. Conectividade

   Especialistas afirmam que o principal caminho para as cidades inteligentes está na inclusão digital e na conectividade, o que requer políticas públicas abrangentes que permitam o acesso das pessoas, independentemente da condição econômica ou do local onde vivem.

   Vale destacar que com uma maior conexão, amplia-se as formas de inclusão dos cidadãos na economia digital, permitindo acesso às formas de comercialização e pagamentos, de maneira geral.

2. Sustentabilidade

   As emissões de gases de efeito estufa sem dúvida configuram como um dos principais problemas relacionados às mudanças climáticas atualmente. As novas tecnologias têm permitido mensurar e reduzir a emissão de gás carbônico em diferentes atividades.

   Embora os governos cumpram um papel de liderança nessa agenda, as empresas também desempenham uma importante função. Há diversas políticas públicas que atuam como incentivos às iniciativas privadas de redução das emissões de carbono. São alguns exemplos as políticas de apoio à adoção de energias renováveis, de práticas de eficiência energética, de redução de resíduos e de transporte sustentável. As estratégias para a redução da emissão desses gases propõem reflexões sobre o processo produtivo, a prestação de serviços, e sobre o uso e o descarte de produtos.

   Integrar iniciativas entre os setores públicos e privados e a sociedade são essenciais para o sucesso da agenda de sustentabilidade nas cidades do futuro. Gerenciar a pegada de carbono, por exemplo, contribui para a melhoria da eficiência operacional, para a redução dos custos e elevar a reputação de sua organização e de seus stakeholders. Há também a expansão de um nicho do mercado dedicado à novas tecnologias para a sustentabilidade que pode apresentar oportunidades para a criação de novos negócios e de novos postos de trabalho.

3. Mobilidade urbana

   Investimentos em TIC para monitorar o tráfego de veículos, ajustar a rota e o horário dos ônibus e trens e melhorar a eficiência do transporte público são algumas políticas públicas já implementadas no país. Semáforos com tecnologias de inteligência têm sido utilizados para organização do trânsito, por meio de um mapeamento de contagem de carros que permite ajustes autônomos nos tempos dos ciclos semafóricos. Isso ajuda a desfazer engarrafamentos e melhorar o fluxo de automóveis, viabilizando a mobilidade do cidadão na cidade.

   Outro investimento que contribui para essa agenda é a expansão da malha de transporte sobre trilhos e a criação de espaços e meios de transporte alternativos ao carro e até mesmo compartilháveis.

   A mobilidade urbana é um dos desafios centrais para as cidades inteligentes, uma vez que tem impactos diários no dia a dia. Trabalhadores(as) e empresas se beneficiam diretamente das soluções desenvolvidas pelas cidades inteligentes, como redução do tempo de deslocamento até o trabalho, melhoria na logística para entrega de produtos e encomendas e, até mesmo, para as atividades de lazer.

4. Simplificação e agilidade dos processos de gestão das empresas:

   A combinação e digitalização dos processos, sem dúvidas, auxilia a tornar as cidades menos burocráticas e agiliza alguns trâmites como a emissão de documentos, consulta de processos e solicitações, por exemplo. O resultado da integração de diferentes tecnologias e sistemas permite a redução no tempo de abertura, regularização e fechamento uma empresa. Essas facilidades incentivam o empreendedorismo, além de apoiar os empresários na solução de possíveis adversidades com seus negócios.

   Diante do cenário de crescimento populacional urbano e das complexidades inerentes à gestão das cidades, as novas tecnologias emergem como aliadas na busca por soluções inovadoras, eficazes, ágeis e colaborativas na construção de um futuro urbano mais sustentável e inclusivo. As chamadas cidades inteligentes representam um horizonte promissor, que enfrentam os desafios do presente e antecipam soluções às necessidades de uma sociedade em constante transformação.

Como as cidades do futuro impactam o mercado de trabalho?

As cidades inteligentes oferecem maior dinamismo para as atividades cotidianas da sociedade, além de novas oportunidades para a economia que impulsionam o mercado e geram novos negócios e, por isso, demandam profissionais capazes de desenvolver soluções inovadoras aos desafios apresentados.

Tais mudanças impactam o mercado de trabalho e demandam o desenvolvimento de novas competências, tanto para os profissionais atuantes, quanto para os ingressantes. Afinal, quais competências precisam ser desenvolvidas para atuação nesse novo contexto?

No cerne dessas mudanças merece destaque o hibridismo dos campos de conhecimento como marca da formação profissional, amplamente evidenciado nas discussões entre os participantes do Fórum Setorial de Gestão e Negócios. Refere-se a integração de diferentes campos do conhecimento na formação profissional, não se atendo exclusivamente ao desenvolvimento técnico.

Entende-se que o primeiro passo para uma mudança efetiva na cultura das organizações inseridas nas cidades do futuro é, portanto, o desenvolvimento de letramento digital, que possibilite a autonomia, e a orientação para a sustentabilidade, para os profissionais de todos os campos de conhecimento.

O Senac está atento a estas transformações na economia e na sociedade e oferece melhor da formação profissional para preparar você para atuar nas cidades do futuro. Conheça nossos programas e cursos.

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