---

Descubra as habilidades essenciais para as trajetórias profissionais e pessoais nas próximas décadas

Em um contexto marcado por constantes mudanças e rápidas transformações sociais, econômicas e tecnológicas, torna-se evidente a necessidade de a educação acompanhar essas transformações. Em 2015, o Comitê de Política Educacional da Organização e Cooperação para o Desenvolvimento Econômico decidiu lançar o projeto OCDE Futuro da Educação e Habilidades 2030, visando explorar os desafios de longo prazo na educação e tornar o processo de design e desenvolvimento curricular mais sistemático e baseado em evidências. O objetivo do projeto é ajudar os países a responderem a duas questões importantes: quais são os conhecimentos, as habilidades, as atitudes e os valores que os estudantes precisam para prosperar e influenciar seu mundo; e como os sistemas de ensino podem desenvolver efetivamente esses atributos?

A Bússola de Aprendizagem 2030 da OCDE foi desenvolvida como uma das respostas a esses objetivos ao representar um quadro de aprendizagem que traz uma visão aspiracional da educação em 2030, voltado ao bem-estar individual e coletivo desejados. A Bússola direciona os aprendizes aos seus objetivos pessoais e os orienta a contribuir positivamente para o mundo, alinhando-se às referências globais, como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Adicionalmente, contribui para que os alunos de hoje se tornem profissionais capazes de lidar com um contexto de incertezas. A OCDE defende que, adotando essas direções, podemos equipar a próxima geração com as ferramentas necessárias para um futuro que já se desenha no horizonte. Neste artigo, focamos na dimensão da Bússola de Aprendizagem 2030 da OCDE que diz respeito às habilidades do futuro.

Os tipos de habilidades do futuro

À medida que mergulhamos mais profundamente na era digital, atividades manuais e cognitivas, rotineiras e repetitivas, têm sido cada vez menos demandadas frente ao avanço da automação. Enquanto isso, as atividades socioemocionais e cognitivas não-rotineiras se tornam cada vez mais importantes no mercado de trabalho.

A OCDE, por meio da Bússola de Aprendizagem 2030, destaca a crescente importância de três tipos de habilidades:

• cognitivas e meta-cognitivas, incluindo pensamento crítico e criativo, capacidade de aprender a aprender e autorregulação, ou seja, gerenciamento e ajustes do próprio comportamento, das emoções e dos pensamentos de acordo com situações e objetivos;
• sociais e emocionais, como empatia, responsabilidade, colaboração e autoeficácia (confiança na capacidade de executar ações necessárias para alcançar objetivos específicos, influenciando a escolha de atividades, grau de esforço e persistência diante de obstáculos); e
• físicas e práticas, que envolvem destreza manual e coordenação motora.

Criatividade e inovação

Em um mundo no qual a automação está reformulando o panorama profissional, a criatividade se torna cada vez mais um ativo de alto valor. É a habilidade que mais claramente distingue os profissionais inovadores dos demais, em particular as capacidades de buscar e produzir novas ideias e soluções, bem como o desejo de questionar ideias.

A força das habilidades sociais e emocionais

À medida que nossas salas de aula e locais de trabalho se tornam mais diversos, as habilidades de empatia, autoconsciência e comunicação eficaz são essenciais porque facilitam a colaboração e a inclusão, que são fundamentais para o sucesso acadêmico e profissional. Além disso, as habilidades socioemocionais podem ser a última fronteira das capacidades das máquinas, que ainda não conseguem reproduzi-las da mesma forma que os seres humanos.

Habilidades físicas e práticas por um desenvolvimento mais completo

O desenvolvimento de habilidades físicas e práticas traz benefícios tanto para a prática profissional quanto para a vida pessoal dos estudantes. O ensino de artes, por exemplo, contribui no desenvolvimento de coordenação motora, destreza manual, empatia e em situações de interpretação e expressão de emoções. Ao mesmo tempo, essas habilidades fortalecem um senso de organização necessário para o planejamento e a execução da criação de artefatos. A educação física, por sua vez, incentiva hábitos saudáveis que colaboram para o desenvolvimento cognitivo dos jovens e os ajudam a se transformarem em adultos com escolhas mais sadias em suas vidas.

Aprendizado contínuo e habilidades digitais

O desenvolvimento de habilidades digitais é reconhecido como fundamental para os profissionais do futuro. Porém, o ritmo de evolução tecnológica demanda atualizações frequentes das habilidades adquiridas nesse campo de conhecimento e em outros. Um exemplo desse processo que estamos vivenciando é a perda de importância da habilidade de escrever códigos para, por exemplo, programar softwares. Anos atrás, essa era uma das habilidades mais demandadas, mas tende a se tornar obsoleta nos próximos anos por causa do avanço da capacidade de tecnologias como a inteligência artificial generativa (ChatGPT e similares).

Preparando para o incerto

Em suma, a Bússola de Aprendizagem 2030 da OCDE destaca que veremos uma crescente demanda por profissionais com uma fusão de habilidades cognitivas, socioemocionais e físicas. As instituições educacionais têm o desafio de desenvolver essas competências nos alunos, preparando-os para um mundo onde a única constante é a mudança.

No Senac, a formação profissional busca desenvolver habilidades, conhecimentos, atitudes e valores relevantes para a prática profissional dos estudantes, de forma a capacitá-los na demonstração de um conjunto de marcas formativas: domínio técnico-científico, colaboração e comunicação, visão crítica, atitudes empreendedora, saudável e sustentável. Dessa forma, estamos ajudando a formar profissionais preparados para lidar com os desafios do futuro do trabalho.

Faça parte da construção do futuro da educação profissional.
Registre seu interesse para participar das próximas edições do Fórum Setorial.