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Juventudes e mercado de trabalho


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Você já ouvir falar em transição demográfica?
Precisamos investir mais e melhor no potencial dos jovens brasileiros

Nunca houve tantos jovens no Brasil. Hoje, ¼ de nossa população tem entre 15 e 29 anos, totalizando quase 50 milhões de pessoas. Mas o país está começando a envelhecer. Desde meados do século 20, estamos passando por uma transição demográfica, causada pelo aumento da expectativa de vida e pelo declínio das taxas de mortalidade infantil e de fecundidade. Em 1970, nossa taxa de fecundidade era de 5,8 filhos por mulher; em 2023, segundo estimativas do IBGE, deve chegar a 1,75.

Como mostra a ONU, essa transição já ocorreu nos países desenvolvidos. Em 2013, por exemplo, ¼ da população do Japão já tinha 65 anos ou mais de idade. Agora, o fenômeno está acontecendo em países que, como o Brasil, contam com muitos jovens e, por isso, estão no momento ideal para impulsionar o crescimento econômico.

O bônus demográfico

A transição demográfica pode ser verificada na transformação, ao longo dos anos, da pirâmide etária brasileira, uma representação gráfica que mostra informações importantes sobre a população, como natalidade, idade média e longevidade. Nessa pirâmide, é possível observar o que vem sendo chamado de bônus demográfico.

Esse bônus é criado quando a maior parcela da população está em idade ativa (14 anos ou mais) e, portanto, está apta a exercer uma atividade econômica. Por isso, representa uma janela de oportunidades para acelerar os esforços e investimentos na inserção produtiva das juventudes, visando ao crescimento econômico, aumento da produtividade do Brasil e desenvolvimento sustentável.

Dificuldades na inserção produtiva de jovens

Pesquisas recentes indicam que 11,5 milhões de jovens entre 15 e 29 anos (29,2% do total) não trabalham nem estudam no Brasil. As mulheres são a maioria com 29,2% e os homens, 16,95%. Embora essa seja uma situação muitas vezes transitória e que reflete a maior propensão de jovens a ocuparem postos de trabalho precários e com alta rotatividade de mão de obra, uma análise aprofundada dos dados comprova a desigualdade de acesso à educação, à formação e ao mercado de trabalho no país.

Segundo o IBGE, 18% dos jovens de 18 a 24 anos, que deveriam estar em cursos pós-secundários, universitários ou já integrados ao mercado de trabalho, não encontraram emprego no primeiro trimestre de 2023. Essa taxa é maior que o dobro do percentual de desocupação para toda a população em idade ativa (8,8%), no mesmo período.

Para enfrentar o problema do emprego juvenil, precisamos da ampliação de programas e políticas públicas que viabilizem a inserção produtiva de qualidade desses jovens no mercado, considerando os impactos dos primeiros empregos em toda a trajetória laboral.

Profissionalização e cidadania: jovens aprendizes

O Senac, desde sua criação, em 1946, desenvolve o Programa de Aprendizagem Profissional Comercial, que contribui para a inserção produtiva de jovens brasileiros. O programa combina a formação educacional, nas escolas do Senac, com a prática profissional em empresas do setor de comércio de bens, serviços e turismo. Os jovens aprendizes desenvolvem competências voltadas à profissionalização e à cidadania, a partir da compreensão das características do mundo do trabalho e de seus fundamentos técnico-científicos. Quando planejada como política pública de inserção digna no mundo do trabalho, a Aprendizagem é estratégica para o enfrentamento do desemprego juvenil.

Ensino técnico: teoria aliada à prática

O ensino técnico, por sua vez, é uma modalidade de formação integrada centrada no aprendizado da prática. Pesquisadores mostram que a oferta de emprego costuma ser maior para pessoas com certificado de conclusão de nível médio técnico do que para aqueles com o de ensino médio tradicional. No Senac, os cursos técnicos articulam competências gerais, tanto acadêmicas quanto voltadas para o mundo do trabalho, além de competências específicas para o exercício de diferentes ocupações, sempre alinhadas às necessidades do setor produtivo.

A oferta de educação profissional de qualidade, articulada com programas e políticas públicas voltadas para a empregabilidade juvenil, é um importante esforço para promover o emprego pleno e produtivo, e o trabalho digno, aproveitando o bônus demográfico. Assim, buscamos garantir que a transição demográfica brasileira seja feita com melhorias na qualidade de vida para toda a população.

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